Os portos comerciais do Continente movimentaram até outubro de 2019 cerca de 72,9 milhões de toneladas, um total global de perdas de quase 5,7 milhões de toneladas face a 2018, das quais Sines é responsável por 92,2% das perdas, revelam os dados da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
Viana do Castelo, Leixões e Aveiro apresentaram um desempenho positivo, num total de 665,4 mil toneladas, não conseguindo, mesmo assim, anular o desempenho negativo dos restantes portos, que totalizam um global de cerca de -5,7 milhões de toneladas. Sines é um dos principais responsáveis pelo desempenho negativo, com quebras de quase 6,9 milhões de toneladas nos mercados da Carga Contentorizada (devido às perturbações laborais observadas no Terminal XXI), Carvão e Petróleo Bruto (devido à redução da importação destes combustíveis, a que o encerramento temporário programado da central termoelétrica e da refinaria para manutenção não foram alheios).
Conforme referido anteriormente, os portos de Viana do Castelo, Leixões e Aveiro apresentam um desempenho positivo, com variações homólogas de 21,9%, 3,5% e 1%, respetivamente. De salientar que Leixões e Aveiro atingem as suas melhores marcas de sempre com 16,5 e 4,6 milhões de toneladas, respetivamente.
Os restantes portos apresentam comportamentos negativos que se refletem num total de perdas de quase 5,7 milhões de toneladas, como referido anteriormente, sendo Sines responsável por 92,2%, ou seja, -5,2 milhões de toneladas, correspondente a -13%. Lisboa, Figueira da Foz e Setúbal registam quebras de cerca 1,9%, 7,3% e 1,9%, respetivamente.
O porto de Sines continua a liderar no movimento global portuário, não obstante os recuos verificados nos últimos meses, com uma quota de 47,8% (-3,6 pontos percentuais face ao que detinha no período homólogo de 2018), seguido de Leixões (22,6%), Lisboa (13%), Setúbal (7,4%) e Aveiro (6,4%).
Entre janeiro e outubro deste ano, o movimento de contentores registou uma quebra global de 8% no volume de TEU, apresentando um movimento que ultrapassa ligeiramente os 2,3 milhões de TEU. Este desempenho é explicado pelo desempenho negativo de Sines e Setúbal (-17,5% e -2,5%, respetivamente) e positivo de Leixões, Lisboa e Figueira da Foz (+6,2%, +6,4% e +6,9%, respetivamente). Particular destaque para Leixões que regista a melhor marca de sempre nos períodos homólogos, ao movimentar 578 896 TEU.
Importa recordar o peso que o tráfego de transhipment representa no volume de contentores movimentados em Sines, que, apesar de ter vindo a diminuir nos últimos meses, acumulando em outubro uma redução de 28%, ainda representa 68,2% do total no porto. Por outro lado, o volume de TEU com origem e destino no hinterland do porto regista um crescimento de +19,8%.
Não obstante do seu comportamento negativo, Sines mantém a liderança neste segmento de mercado, com uma quota de 52,1%, inferior em 6 pontos percentuais à que registava no período homólogo de 2018, seguido por Leixões, com 25,1%, Lisboa com 16,9%, Setúbal com 5,1% e Figueira da Foz com 0,8%.
No que respeita ao movimento de navios, comparativamente ao período janeiro-outubro de 2018, os dez primeiros meses de 2019 observaram um acréscimo de 0,4% no número de escalas (8.984 escalas) e uma diminuição no volume de arqueação bruta de 0,8% (para cerca de 171,5 milhões). Os portos de Viana do Castelo, Douro e Leixões e Lisboa foram os únicos portos que registaram um crescimento no número de escalas de, respetivamente, 14,6%, 0,7% e 7,2%.
Após o movimento de outubro, os portos de Douro e Leixões e de Lisboa apresentam quotas quase idênticas no número de escalas, com, respetivamente, 24,4% e 24,2%, seguindo-se Sines (19,7%), Setúbal (14,4%) e Aveiro (9,9%).
As operações de embarque entre janeiro e outubro de 2019 foram profundamente influenciadas pelas quebras nos volumes de Carga Contentorizada e Produtos Petrolíferos expedidas no porto de Sines, que registaram reduções de 1,9 milhões de toneladas (-19,4%) e 1,1 milhões de toneladas (-20,1%), respetivamente, representando, no seu conjunto, 80,5% do total das quebras registadas nos vários mercados. Das variações positivas, destaca-se a Carga Contentorizada em Leixões e os Minérios em Setúbal que registam, respetivamente, +321,1 mil toneladas e +70,9 mil toneladas.
No que diz respeito às operações de desembarque, destacam-se as variações positivas dos Produtos Petrolíferos em Sines, com acréscimos de 2,5 milhões de toneladas (+58,9%), representando 70,4% do total das variações positivas. Com menor expressão, os Outros Granéis Líquidos em Sines registam também um acréscimo de pouco mais de 207,3 mil toneladas. A Carga Contentorizada (-2,2 milhões de toneladas), o Petróleo Bruto (-1,6 milhões de toneladas) e o Carvão (-1,2 milhões de toneladas) em Sines contribuíram para as variações negativas registadas nestas operações, representando, no seu conjunto, 85,9% do total das quebras.
Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro são os portos que apresentam um perfil de porto “exportador”, registando um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada, com um quociente entre carga embarcada e o total movimentado, no período em análise, de 63,3%, 69,6%, 54,1% e 100%, respetivamente. No seu conjunto, estes quatro portos representam uma quota de carga embarcada de 15,1% (10,1% destes respeitam a Setúbal).