Mobilidade

“Portugal apresenta apenas um nível intermédio de maturidade na utilização de veículos elétricos”

“Portugal apresenta apenas um nível intermédio de maturidade na utilização de veículos elétricos” iStock

A AGEFE – Associação Empresarial que representa a indústria eletrodigital, destacou o potencial da mobilidade elétrica como forma de proteger o ambiente e, consequentemente, dinamizar a economia, apelando ainda a que várias medidas sejam implementadas.

“A mobilidade elétrica proporciona vantagens muito significativas no plano ambiental, energético e económico. A dependência do exterior dos combustíveis fósseis e o potencial de Portugal na produção de eletricidade, através de fontes de energia renováveis, amplificam estas vantagens.

Apesar de beneficiar de vantagens mais expressivas que a generalidade dos países, Portugal apresenta apenas um nível intermédio de maturidade na utilização de veículos elétricos”, afirmou Daniel Ribeiro, Diretor-Geral da AGEFE.

De acordo com o comunicado de imprensa, apesar da crescente consciencialização dos portugueses na aposta do uso de veículos elétricos, “as barreiras existentes limitam a aceleração da mobilidade elétrica”.

A Associação refere que o avanço está limitado por barreiras ao nível da confiança dos potenciais utilizadores de que existe uma infraestrutura de carregamento suficiente que responda aos cidadãos que não conseguem carregar os seus VE em casa e que mitigue a ansiedade gerada (pelas perceções) quanto à “autonomia” dos VE.

“A rede de carregamento pública cresce a um ritmo desadequado e insuficiente. É pouco plausível o que objetivo de 15 mil postos de carregamento público inscrito no PRR para 2025 seja concretizável, quando no final do primeiro semestre de 2024 tínhamos menos de 10 mil. Já para não falar do objetivo de 82 mil postos assumido pela Rede Mobi.E para 2050”, sublinhou o porta-voz da AGEFE.

De recordar que a União Europeia (UE) apontou o fim da venda de carros novos com motores de combustão interna, incluindo os carros a gasóleo, a partir de 2035, “pelo que é necessário acelerar processos”, defendeu a Associação.

Segundo Daniel Ribeiro, “atendendo à importância da infraestrutura de carregamento na opção de utilização de VE, o reduzido número de postos e os elevados custos de carregamento na rede pública justificam especial atenção. O modelo organizativo existente e os desafios na instalação de postos em edifícios multifamiliares, constituem barreiras importantes ao desenvolvimento da mobilidade elétrica”.

De acordo com a nota de imprensa, a Associação já apresentou dados concretos ao Governo e apelou para que fossem implementadas medidas sustentáveis, quer ao nível de veículos elétricos, como de transporte rodoviário.

Já no quadro do OE, a AGEFE afirmou ter feito também chegar as suas propostas ao Governo e a todos os partidos com assento parlamentar, nas quais se incluem a redução do IVA e incentivos no IRS e IRC em matérias como a aquisição pelo utilizador final de equipamentos energeticamente eficientes e equipamentos para infraestruturas de carregamento de veículos elétricos.

“Se bem que nada seja visível na proposta de OE 2025 já aprovada na generalidade, temos ainda expetativa de que na especialidade possa existir abertura para incentivar o investimento em infraestruturas de carregamento e criar condições mais favoráveis à transição para a mobilidade elétrica”, concluiu Daniel Ribeiro.

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