Mobilidade

Europa vai poupar 20 milhões de toneladas de CO2 em 2025 por conta dos veículos elétricos

Europa vai poupar 20 milhões de toneladas de CO2 em 2025 por conta dos veículos elétricos iStock

A Europa vai poupar 20 milhões de toneladas de CO2 em 2025, graças à maior circulação de carros elétricos nas estradas, de acordo com o relatórioState of European Transport”, da Federação Europeia dos Transportes e do Ambiente (T&E, sigla em inglês).

Em 2024, o setor dos transportes da Europa emitiu 1,05 mil milhões de toneladas de CO2, abaixo dos 1,1 mil milhões de toneladas em 2019 – uma queda de 5%, com o estudo da Federação a referir que os carros elétricos são os principais responsáveis por esta diminuição.

O número de veículos elétricos na frota de automóveis da UE registou “um aumento acentuado”, refere o relatório da T&E, que prevê que existam cerca de 9 milhões de veículos elétricos nas estradas europeias até o final do ano.

No entanto, embora a UE continue a ser dependente das importações de materiais-chave na produção de baterias, como o lítio (100%), níquel (75%) e alumínio (58%), “a grande diferença é que podemos reciclar estes metais e dar-lhes uma nova vida”, sublinha o relatório.

A análise mostrou ainda que, em 2030, ao longo da sua vida útil, um veículo elétrico consumirá apenas 20 litros de materiais para a sua bateria, contra mais de 12.400 litros de combustível para um veículo com motor de combustão.

Deste modo, o estudo concluiu que as emissões do setor dos transportes estão a diminuir gradualmente, mas esta redução está a ser prejudicada pelo crescimento das viagens aéreas.

Segundo a análise, as companhias aéreas europeias emitiram 143 milhões de toneladas (Mt) de dióxido de carbono no ano passado, um aumento de quase 10% em relação a 2023. Já as emissões da atividade de transporte marítimo da Europa permanecem altas, registando 195 milhões de toneladas (Mt) de dióxido de carbono equivalente no ano passado, uma vez que ambos os setores “dependem significativamente” de combustíveis fósseis.

“Mas com o transporte marítimo agora incluído no mercado de carbono da EU, ambos os setores combinados terão arrecadado 5 mil milhões de euros em receitas em 2024. Este valor poderá aumentar para 30 mil milhões de euros por ano até ao final da década. Estes fundos podem ser utilizados para colmatar a diferença de preço entre os combustíveis ‘verdes’ e os combustíveis fósseis tradicionais”, lê-se no estudo da Federação Europeia dos Transportes e do Ambiente.

A T&E sugere à União Europeia (UE) não reverter as suas políticas ‘verdes’, designando-as “cruciais para sua independência energética” e avançando que atualmente já se veem os primeiros resultados positivos das medidas implementadas no âmbito da proteção do planeta.

Para William Todts, diretor-executivo da T&E, “as políticas ‘verdes’ da UE estão a começar a dar frutos. Graças à mudança para veículos elétricos, estamos a começar a ver um declínio estrutural nas emissões do setor dos transportes. A Europa está lentamente a libertar-se da sua dependência pelo petróleo, no entanto, ainda estamos gastando centenas de milhões em importações a potências estrangeiras. Agora não é hora de reverter as medidas ‘verdes’. Para a prosperidade e segurança do continente, agora é a hora de duplicá-las”.

Não perca informação: Subscreva as nossas Newsletters

Subscrever