Um ano após a promessa mundial, na COP28, de duplicar coletivamente a melhoria da eficiência média global até 2030, uma nova análise da Agência Internacional de Energia (AIE) revelou que os países ainda não estão no caminho certo para atingir esse objetivo, exigindo ações e cooperação mais fortes para se atingir as ambições declaradas.
Esta eficiência, que aumentou a um ritmo de 2% por ano entre 2010 e 2019, um valor que se repetiu em 2022, após um intervalo devido à pandemia de Covid-19, fixou-se em 1% no ano passado e, segundo a AIE, vai-se manter no mesmo nível este ano.
O relatório mostrou que, este ano, os governos em todo o mundo avançaram nas suas políticas energéticas, com aqueles que representam mais de 70% da procura global de energia a implementar novas medidas ou atualizando outras. No entanto, a análise reforçou a necessidade de aumentar a eficiência energética através de uma maior valorização das tecnologias do quotidiano e dos processos industriais.
“A eficiência energética é um pilar fundamental para transições energéticas seguras, acessíveis e inclusivas. A AIE está a trabalhar mais do que nunca com os governos de todo o mundo para garantir que tema continue a ser uma prioridade política”, afirmou o diretor-executivo da AIE, Fatih Birol.
E continua: “felizmente, as políticas e tecnologias para acelerar o progresso da eficiência estão já disponíveis ao dia de hoje e muitos governos estão a dar passos importantes. O que esperamos ver agora são respostas políticas mais rápidas e fortes a nível mundial”.
A AIE refere ainda que os investimentos globais em eficiência energética vão aumentar apenas 4% em 2024, para 660 mil milhões de dólares (cerca de 614 mil milhões de euros), tendo aumentado 50% desde 2019.
O documento revelou também que existem diferenças regionais quando se trata de investimento em eficiência energética, com as economias emergentes a registarem um crescimento mais rápido este ano, com um aumento de 60% na África, cerca de 40% no Médio Oriente e cerca de 20% na América Central e do Sul. No entanto, a AIE relembra que estas regiões representam apenas cerca de 5% do investimento global em utilização final.
Neste sentido, em 2024, a Agência Internacional de Energia antecipa que o investimento continue a aumentar quase 10% na China, enquanto nas economias avançadas deve permanecer praticamente estável.
A AIE sublinhou também que, para o mundo atingir o objetivo de zero emissões líquidas, os investimentos na melhoria da eficiência energética no setor dos veículos, edifícios e indústria precisa de triplicar, passando de 660 mil milhões de dólares para 1,9 biliões de dólares (1,76 biliões de euros) em 2030.
De acordo com o relatório, a ação política para melhorar a eficiência energética é a melhor abordagem para alcançar simultaneamente ganhos sustentados de intensidade energética, reduzir custos para os consumidores e melhorar o acesso aos serviços energéticos.