O estudo “The Eco-Digital Era: The dual transition to a sustainable and digital economy”, realizado pela Capgemini e dedicado à economia eco-digital, chegou à conclusão que, até 2028, a economia eco-digital pode atingir os 33 biliões de dólares. A análise concluiu também que grande parte das empresas está a realizar duplamente a transição para um mundo mais digital e sustentável.
Os dados mostraram que 8 em cada 10 empresas está já a avançar com esta transição, no entanto, apenas 25% aproveitam o potencial oferecido pelas principais tecnologias.
O estudo, realizado em parceria com o Digital Value Lab do Digital Data and Design Institute da Universidade de Harvard, avança também que existe um “enorme potencial oferecido pelas tecnologias que está inexplorado e espera-se que a economia eco-digital, impulsionada pelas tecnologias digitais e pela sustentabilidade, duplique até 2028”.
De acordo com a investigação, nos últimos cinco anos, a implementação de tecnologias digitais ajudou as empresas a reduzirem o seu consumo de energia em 24% e as suas emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em 21%. Neste contexto, o estudo indica também que, a adoção de tecnologias digitais no âmbito da sustentabilidade, ajuda a criar valor económico, ambiental e social.
A nova perspetiva da era eco-digital é “mais colaborativa e orientada por plataformas do que nunca”, avança o estudo, adiantando também que isso faz com que surjam novos modelos de negócio e novas fontes de receita, o que melhorará os níveis de rentabilidade em função da utilização dos dados, da tecnologia cloud, dos ecossistemas colaborativos e dos produtos e serviços conectados.
O estudo concluiu ainda que, 7 em cada 10 empresas concordam que os modelos de negócio assentes em tecnologias digitais vão ser a peça chave para o crescimento das receitas nos próximos três a cinco anos. A par disto, 60% das empresas que estes modelos gerem mais receitas do que aquela proveniente de modelos de negócio tradicionais.
Até 2028, a investigação antecipa que o investimento em transformação digital, como a expansão das principais tecnologias, a implementação de medidas de cibersegurança, a requalificação da força de trabalho ou a automatização de processos empresariais, gere “o maior retorno do investimento”, aumentando de 4% para 14%.
No entanto, 48% das empresas inquiridas diz estar ainda em fase de planeamento ou a desenvolver estratégias para aproveitarem o potencial oferecido pelas tecnologias emergentes, tais como o edge computing e a IA Generativa. Para as empresas, os ganhos mais significativos vão assentar na análise de dados e cloud em grande escala.
De acordo com a investigação, as reduções de consumo energético e emissões de GEE irá compensar, até 2028, o aumento antecipado no que diz respeito às emissões advindas do digital.
O estudo antecipa ainda que, cerca de 40% dos trabalhadores, a nível global, deverá estar alocado a iniciativas digitais nos próximos 3 a 5 anos. Para isso, avança a investigação, é necessária “uma profunda transformação em todo mundo no que diz respeito às competências dos trabalhadores, para que as empresas possam acompanhar os avanços tecnológicos em larga escala em todos os setores de atividade”. Já 64% das empresas diz estar a investir na requalificação das suas atuais equipas.
O estudo inquiriu 1.500 executivos seniores de 1.350 empresas com um volume de receitas anuais superior a mil milhões de dólares ou com um orçamento anual superior a 50 milhões de dólares no caso das organizações do setor público, e 150 startups com receitas anuais superiores a mil milhões de dólares, e que ativamente tenham implementadas iniciativas digitais e/ou uma estratégia digital global.
Foram igualmente realizadas entrevistas de aprofundamento com 26 gestores seniores e especialistas do setor, tendo sido inquiridas empresas de vários setores de atividade a operarem em 14 países.