A Mars divulgou uma atualização ao seu Plano Net Zero. O objetivo é agora reduzir em 50% as emissões em toda a cadeia de produção até 2030 e atingir a neutralidade carbónica em 2050, quando comparado a 2015. O objetivo anterior era de reduzir em 27% até 2025 e 67% até 2050 (metas adotadas em 2017).
Os objetivos foram revistos pela Science Based Targets, com base nos fixados em 2015, altura em que a Mars preparou o Plano Net Zero, com metas a serem cumpridas até 2050. O conceito Net Zero adotado pela Mars refere-se ao ponto no tempo em que os gases com efeito de estufa são significativamente reduzidos, assegurando simultaneamente que quaisquer outras emissões que não possam ser eliminadas são compensadas. As estimativas apontam que a empresa vai reduzir em 80% as emissões, com os restantes 20% a serem alvo de compensações.
A Mars revela que atingiu o pico de emissões em 2018 e, desde então, reduziu os GEE em termos absolutos em 8%, que equivalem a 2,6 milhões de toneladas – relativamente a 2015. Neste mesmo período o negócio cresceu 60%. As aquisições recentes são incluídas nos cálculos do total de emissões nos cálculos de referência reformulados, em conformidade com o Protocolo GHG.
Segundo explicado, a multinacional vai investir mil milhões de dólares nos próximos três anos para promover a ação climática integral – com medidas que englobam todo o processo, do cultivo ao produto final, consumido por humanos e animais de estimação, através de toda a cadeia de abastecimento, lojas, clínicas veterinárias e lares.
Para alcançar os objetivos, o foco vai estar em:
- Transitar para um modelo de energia 100% renovável, que torne o modelo energético das suas fábricas, escritórios e hospitais veterinários, a colheita dos seus agricultores e até a energia utilizada pelos clientes (retalhistas) e pelos consumidores e donos de animais em casa de estimação, mais eficiente.
- Redesenhar as suas cadeias de abastecimento para acabar com a desflorestação – melhorar a transparência e o rastreio de ingredientes-chave como o cacau, a soja e a carne de vaca.
- Expandir as iniciativas de agricultura inteligente do ponto de vista climático – trabalhar com os agricultores na agricultura regenerativa, otimizar o abastecimento e optar por energias renováveis.
- Otimizar receitas – desenvolver novos ingredientes com menor pegada de GEE, e utilizar proteínas alternativas para os alimentos dos animais de estimação.
- Melhorar e otimizar a logística – redesenhar as redes, o tipo de transporte e as fontes de energia utilizadas, por exemplo, a eletrificar veículos ou recorrer ao hidrogénio verde.
- Incorporar a ação climática no modelo de negócio – incorporar a redução das alterações climáticas no seu planeamento empresarial, incluindo-a como um dos objetivos prioritários para os acionistas, nos planos de remuneração variável dos quadros superiores, nos investimentos, na sua estratégia de fusões e aquisições, etc.
Poul Weihrauch, CEO da Mars, afirma que: “Não podemos esperar que a economia melhore, temos de avançar com investimentos que protejam o nosso negócio no futuro. Como já referi anteriormente, o lucro e o objetivo empresarial não são inimigos. Investir nas alterações climáticas não significa diminuir a produtividade”.
“As empresas devem ser avaliadas com base no impacto real que os seus objetivos climáticos causam e não apenas com base na dimensão do compromisso que assumem, tal como os nossos conselhos de administração e investidores nos avaliam com base no nosso desempenho financeiro e não apenas nas nossas previsões”, acrescenta ainda.
Um recente inquérito da Ipsos, solicitado pela Mars, revelou que, apesar das atuais circunstâncias económicas, em média, 69% dos adultos das sete maiores economias do mundo consideram que as empresas devem apostar na luta contra as alterações climáticas, com a mesma intensidade (32%) com que apostam nos desafios económicos, ou ainda mais (37%) . A investigação envolveu 14 468 pessoas nos EUA, Reino Unido, China, Japão, Alemanha, França e Índia.