De acordo com a consultora imobiliário Savills, o setor industrial e logístico viu o take-up do primeiro semestre reduzir-se para o equivalente a 30% do registado no mesmo período de 2018. Tal descida prende-se, mais uma vez, com o já denominador comum aos outros segmentos imobiliários, a falta de oferta que corresponda aos critérios procurados.
No caso das plataformas logísticas e industriais, a oferta de espaços com mais de 10.000 m2 é particularmente escassa, o que naturalmente levou, sobretudo ao longo do segundo trimestre (período no qual foi alocado 76% do take-up do semestre), a subidas dos preços na zona do Corredor Oeste (3,5 €/m2 para 4 €/m2) e Matinha – Prior Velho (4,5 €/m2 para 5 €/m2).
Outras zonas secundárias como o eixo Montijo – Alcochete e Palmela – e Setúbal também registaram subidas nas rendas praticadas, sendo mais um indicador do impacto que a reduzida oferta de espaços de qualidade tem tido no setor.
O Centro Empresarial da Abóboda (7.146 m2), a Fábrica Aleluia em Aveiro (5.000 m2) e o Logispark no Montijo (3.700 m2), formam o top 3 das maiores transações no segmento industrial e logístico no primeiro semestre deste ano, o que representa uma concentração de 52% do take-up total em apenas 3 transações. De destacar também que 19% da área alocada teve lugar fora da área metropolitana de Lisboa, com especial foco no distrito de Aveiro.
“Os atuais desafios, que se prendem, sobretudo, com necessidades criadas em grande parte pelo e-commerce, têm tido um particular impacto na procura de espaços que conjuguem a proximidade aos centros das cidades com as características cada vez mais versáteis que se esperam deste tipo de espaços”, refere Alexandra Gomes, Senior Analyst of Research Departament da Savills.
De referir que, globalmente, o mercado imobiliário, no 1.º semestre de 2019, fechou com 1.050 milhões de euros transacionados, representando uma descida de 26% comparativamente ao mesmo período de 2018.
Nota ainda para o facto de os investidores americanos terem somado os maiores montantes de investimento, num total de 356 milhões de euros, seguidos pelos alemães com 220 milhões de euros. Também os investidores de origem nacional que contribuíram com 140 milhões e que comparativamente ao mesmo período de 2018 (55 milhões de euros), tiveram um aumento de presença muito expressivo no mercado de investimento.