No mês de fevereiro, a eletricidade gerada a partir de fontes renováveis representou 81,2% da produção total de 4.309 GWh em Portugal Continental. É a conclusão do Boletim Eletricidade Renovável, elaborado pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN).
No contexto europeu, entre dia 1 de janeiro e 28 de fevereiro, Portugal manteve-se como o terceiro país com maior incorporação renovável na geração de eletricidade de entre os mercados analisados, com 79,9%, ficando apenas atrás da Noruega (96,6%) e da Dinamarca (81,3%).
Ainda a nível europeu, Portugal registou “o preço mínimo horário de eletricidade em mercado grossista mais baixo”, juntamente com Espanha, “refletindo o impacto positivo da elevada incorporação renovável na competitividade do mercado elétrico nacional e ibérico”.
Ao longo do mês, as renováveis proporcionaram uma poupança média de cerca de 140,4 €/MWh e uma poupança acumulada de cerca de 1.300 milhões de euros.
Segundo a análise, a tecnologia hídrica liderou no mês de fevereiro, representando 47,6% da eletricidade produzida no país, seguida pela eólica, com 21%. Já a energia solar totalizou 7,7%, perto dos 5% da bioenergia. No total, durante o mês de fevereiro, foram registadas 139 horas não consecutivas, o equivalente a cerca de seis dias, em que a geração renovável foi suficiente para suprir o consumo de eletricidade de Portugal Continental.
De acordo com Pedro Amaral Jorge, CEO da APREN, “a produção de eletricidade renovável em Portugal evitou, nos primeiros dois meses do ano, gastos de mais de 200 milhões de euros em importações de gás natural e mais de 300 milhões de euros em eletricidade importada”.
E continua: “estes dados reforçam o impacto significativo das renováveis e evidenciam o seu papel na diminuição dos custos da eletricidade, reforçando a urgência de ajustar o modelo de mercado à nova realidade energética e garantindo que todos os benefícios económicos da produção de energia limpa sejam plenamente aproveitados”.
Neste sentido, a produção de eletricidade renovável em Portugal evitou, entre janeiro e fevereiro, “custos significativos” com importação de gás natural e eletricidade, bem como emissões de CO₂ e respetivas licenças.
Segundo a nota de imprensa, sem as renováveis, o país teria gastado mais 207 milhões de euros em gás natural e 320 milhões em eletricidade importada. Além disso, foram evitadas 1,8 MtCO₂eq de emissões de CO₂, traduzindo-se numa poupança de 119 milhões de euros em licenças de emissão.

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