Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) descobriu um processo que permite reciclar infinitamente os plásticos PETs.
Segundo explicado em comunicado, o processo utiliza solventes eutécticos, uma mistura de dois ou três compostos químicos que têm um ponto de fusão mais baixo do que os componentes originais, oferecendo vantagens como baixa toxicidade, biodegradabilidade, sustentabilidade e preparação simples.
“Hoje em dia as formas existentes para reciclar estes poliésteres são limitadas, porque após alguns ciclos de reciclagem os polímeros perdem performance e, portanto, deixam de poder ser utilizados em aplicações de alto valor”, explica a investigadora do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro, Andreia F. Sousa.
A também coordenadora do estudo nota que reciclar quimicamente um polímero como o PET implicava, até agora, várias etapas, algumas muito demoradas e pouco sustentáveis. O uso desses solventes no processo permitiu que este fosse realizável num único passo, “para além de ser muito simples e poder ser repetido infinitamente”, notam a universidade. O processo permitiu ainda manter sempre as propriedades originais.
Os próximos passos envolvem a melhoria do processo, não só através da aplicação de novos solventes eutéticos, bem como pela otimização e extensão deste processo a outros polímeros de origem fóssil (para além dos PETs) e renovável.
A investigadora da Universidade de Aveiro Andreia F. Sousa espera que este trabalho “possa ser um contributo para resolver um problema global”.
A investigação foi publicada na revista científica Green Chemistry e figura entre os 30 estudos de uma coleção especial da Green Chemistry, o 2022 HOT Green Chemistry article.