O Parlamento Europeu defendeu que a remoção de carbono proveniente das florestas, das práticas agrícolas ou das soluções tecnológicas devem desempenhar um papel crescente no caminho para a neutralidade carbónica europeia até 2050.
Apesar disso, os eurodeputados notam que o bloco comunitário deve ter sempre como prioridade a redução das emissões e para não depender demasiado das futuras remoções de CO2 para se tornar neutro.
Relativamente à proposta da Comissão Europeia para a certificação das remoções de carbono, salientam que esse novo quadro de monitorização, comunicação de informações e verificação (MCV) deve ser utilizado para incentivar as remoções de carbono.
O plenário do Parlamento Europeu pediu que a Comissão Europeia assegure que os dados verificados sobre emissões e remoções das explorações agrícolas estejam disponíveis muito antes de 2026, a fim de os utilizar no quadro da legislação relativa ao Sistema Alimentar Sustentável, bem como na próxima reforma da Política Agrícola Comum.
De acordo com os eurodeputados, a agricultura de carbono é uma oportunidade para os agricultores transformarem o seu modelo de negócio e recompensarem melhor aqueles que estão voluntariamente envolvidos numa transição para práticas agroecológicas e agroflorestais sustentáveis que também promovam a biodiversidade.
A resolução afirma ainda que tecnologias como a captura de CO2 diretamente do ar, combinadas com o armazenamento permanente e cientificamente comprovadas e ambientalmente seguras, podem contribuir para alcançar a neutralidade climática da UE.
Desse modo, pedem que a Comissão estabeleça um sistema de rastreio do CO2 capturado, distinguindo entre captura de carbono no local e a partir da atmosfera, a fim de evitar a dupla contagem. Incentivam ainda a Comissão Europeia a clarificar a questão da responsabilidade por danos causados à saúde humana, ao clima e ao ambiente, caso as remoções de carbono sejam revertidas.