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Produtores apelam à integração de conteúdos sobre algas nos programas escolares

Produtores apelam à integração de conteúdos sobre algas nos programas escolares iStock

A Associação Portuguesa dos Produtores de Algas (PROALGA) e o GreenCoLab apelaram ao Ministério da Educação, Ciência e Inovação para que inclua nos programas escolares informações sobre “a riqueza nutritiva das algas, bem como as suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias”.

O apelo baseia-se num estudo, que será apresentado no 1.º Congresso Internacional da Biotecnologia das Algas, a decorrer Lisboa, de 9 a 11 de abril, que revelou que os portugueses desconhecem os benefícios das algas na alimentação, nos suplementos e nos cosméticos, mas demonstraram interesse em aprender mais sobre o tema.

A análise também concluiu que 75% dos entrevistados concordou que o cultivo de algas é uma solução sustentável com impacto ambiental positivo e 90% considerou as algas importantes para o equilíbrio do meio ambiente aquático.

“Portugal é um dos países do mundo com as melhores condições para a produção de algas, sobretudo devido às suas temperaturas amenas”, afirmou Margarida Eustáquio, nutricionista e gestora de projeto da PROALGA.

E continua: “no entanto, as empresas do setor exportam em média mais de 90% da sua produção devido ao desconhecimento que os consumidores nacionais têm das algas como fonte de minerais, vitaminas, boas gorduras, fibras ou proteínas: os portugueses não sabem, por exemplo, que 100 gramas de algumas das algas produzidas em Portugal têm mais proteínas do que a mesma quantidade de carne vermelha”.

Assim, a Associação Portuguesa dos Produtores de Algas pretende que informações sobre as algas sejam incluídas nos conteúdos programáticos da disciplina “Estudo do Meio”, do 1.ciclo, e na disciplina “Ciências” do 2.º e 3.º ciclos.

“São tão relevantes os benefícios da introdução das algas na alimentação, que as crianças devem ser sensibilizadas desde cedo, não só para as diferentes aplicações das algas na alimentação e na cosmética, mas também na agricultura e na sustentabilidade”, referiu Margarida Eustáquio.

A responsável sublinha ainda que este tema “pode ter um enorme impacto na saúde pública e na sustentabilidade do presente e do futuro”, sugerindo que “a obrigatoriedade de incluir algas nos menus das cantinas escolares, pelo menos, duas vezes por mês, seria um ótimo passo nesse sentido”.

O estudo que levou a este pedido ao Governo foi realizado no âmbito do projeto “Vertical Algas”, cujo objetivo é “fortalecer o setor das algas”, promovendo o desenvolvimento de novos produtos sustentáveis, otimizando processos tecnológicos e científicos e introduzindo serviços inovadores.

A duas entidades avançam ainda que vai ser lançado no seu congresso um livro infantil ilustrado sobre as algas que pretende mostrar aos mais jovens que as algas são muito mais do que simples “plantas do mar”. Além disso, o livro explica também que existem diversos tipos de algas com aplicações e benefícios também eles muito diferentes.

 

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