Mais uma semana, mais um capítulo na controversa história da taxonomia verde. Após Áustria e Luxemburgo anunciarem as suas intenções de impugnar a proposta perante o Tribunal Europeu de Justiça, é a vez da Alemanha revelar que pondera tomar ações legais, avança o portal Euractiv. Recorde-se que a Comissão Europeia anunciou oficialmente a inclusão da energia nuclear e do gás natural na taxonomia.
“Vamos observar a votação no Conselho Europeu e depois vamos verificar se tudo está legalmente correto e limpo”, disse o ministro alemão do Clima e da Economia, Robert Habeck, acrescentando que “isto não é um anúncio ou uma exclusão”.
O governo alemão está dividido quanto à inclusão do gás natural na taxonomia das finanças verdes da UE. Embora todos os partidos estejam unidos na rejeição do nuclear, os Verdes de Habeck opõem-se à inclusão do gás, enquanto o partido socialista SPD do chanceler Olaf Scholz é a favor.
O porta-voz principal do governo alemão, Steffen Hebestreit, admitiu que a questão de um processo estava agora em cima da mesa, mas sugeriu que tinha poucas hipóteses de sucesso.
Um outro país que deve também tomar ações legais poderá ser a Espanha. A ministra da Transição Ecológica da Espanha, Teresa Ribera, disse que a Comissão Europeia cometeu um “grande erro” ao rotular o nuclear e o gás como “investimentos verdes”. No entanto, não apoiou explicitamente a ação judicial, dizendo que qualquer decisão de aderir ao processo movido pelo Luxemburgo e pela Áustria exigiria, acima de tudo, uma análise jurídica clara antes de tomar medidas.
Apesar desta posição, o ministro do ambiente da Áustria, Leonore Gewessler, disse, em novembro, que “a Espanha partilha a posição da Áustria. Espanha não vê nem energia nuclear nem gás fóssil na taxonomia e já deixou isso bem claro antes”.