Um estudo do Potsdam Institute for Climate Research, na Alemanha, confirmou que a Europa Ocidental se tornou num hot spot de ondas de calor ao longo das últimas quatro décadas, com a frequência e a intensidade cumulativa a aumentarem.
De acordo com o The New York Times, a investigação nota ainda que estas alterações na frequência e intensidade estão a ocorrer mais rapidamente na Europa que em muitas outras partes do mundo – como o hot spot na parte ocidental dos Estados Unidos da América.
Como fator, para além do aquecimento global, o estudo, publicado na Nature Communications, encontrou uma ligação entre as ondas de calor e o estado das correntes de jato, correntes de ar em movimento rápido que circulam acima da Terra.
As ondas de calor podem desenvolver-se em áreas de ventos fracos e ar de alta pressão, conhecidos como anticiclone de bloqueio (não confundir com o anticiclone dos Açores), entre os flancos norte e sul das correntes de jato, quando ocorre uma divisão do jato em dois.
Os investigadores descobriram que estes casos de “jatos duplos” têm vindo a aumentar de frequência e duração, e que estas alterações explicam as mudanças nas ondas de calor.
O principal autor do estudo, Efi Rousi, nota que não foi possível perceber a razão pela qual o jato se divide em dois. Se são os anticiclones de bloqueios que se desenvolveram por si próprios e fazem com que o jato se divida, “ou se pode o contrário, que o fluxo do jato se divida por outras razões, o que permite que o bloqueio se desenvolva”.
“Não sabemos exatamente qual é o gatilho”, concluiu.