Um novo estudo revela que ondas de calor com temperaturas recorde deverão tornar-se muito mais prováveis no futuro. Os investigadores alertaram que os extremos de temperatura verificados no noroeste do Pacífico e na Austrália (2019-2020) são “exatamente o que estamos a falar”, em declarações ao The Guardian.
O modelo de computação utilizado no estudo tentou identificar as margens mais altas, através das quais os recordes de ondas de calor de uma semana poderiam ser quebrados no futuro. O modelo verificou que ondas de calor, que irão bater recordes anteriores em cerca de cinco graus celsius, vão tornar-se duas a sete vez mais prováveis nas próximas três décadas e três a 21 vezes mais prováveis entre 2051 e 2080.
A investigação publicada na revista Nature Climate Change revelou ainda que as regiões altamente povoadas na América do Norte, Europa e China são os locais onde o aumento extremo de temperaturas é mais provável de ocorrer. “Aqui vemos os maiores saltos em eventos recordes. Isto é realmente muito preocupante”, concluiu o investigador Erich Fischer, da ETH Zurique, na Suíça, que liderou a investigação.
O estudo também mostrou que eventos que quebram recordes podem vir em momentos acentuados, em vez de gradualmente se tornarem mais frequentes. “Isso é realmente preocupante”, disse o cientista.
A investigação concluiu ainda que se as emissões de gases de efeito de estufa diminuírem rapidamente e de imediato, o risco de atingir temperaturas extremas recorde é reduzido em cerca de 80%.