Biorreatores com microcultura de algas foram instalados na sede da Nestlé Portugal, em Linda-a-Velha. O objetivo passa por capturar o dióxido de carbono (CO2) e transformá-lo em oxigénio, contribuindo para o compromisso global da empresa em reduzir para metade as emissões de CO2 até 2030 e atingir a neutralidade carbónica até 2050.
A Nestlé, em comunicado, explica que o sistema, denominado de PhotoSynthetica, vai permitir começar a testar e a criar a visão do que poderá ser um futuro Nestlé Bio-Building neutro em carbono. A previsão é que, num ano, sejam absorvidos cerca de 7,3 quilos de CO2 e produzir cerca de 5,5 quilos de oxigénio. Neste mesmo período, estima-se ainda a produção de 30 kg de biomassa.
“Tendo em conta a enorme capacidade das algas em absorver dióxido de carbono, o desafio foi pensar na forma de trazer este potencial para a Nestlé e desenvolvê-lo, de modo a contribuir para apoiar os nossos objetivos de atingir a neutralidade carbónica até 2050. Como resultado, este projeto traz-nos uma capacidade de absorção de dióxido de carbono equivalente a quatro arvores de grande porte”, afirma o Brand Manager da Nestlé Portugal e idea owner do projeto, Hugo Silva.
O projeto resulta da candidatura de Hugo Silva ao InGenius – Nestlé’s Employee Innovation Accelerator, um programa mundial interno de inovação, que nesta edição foi dedicado ao tema da sustentabilidade.
Funcionamento do sistema
A estrutura será instalada na fachada de vidro, de forma a criar uma barreira contra o sol e reduzir o aquecimento do edifício. Este será, assim, o primeiro edifício do Grupo Nestlé a nível mundial a testar o sistema.
Cada biorreator de vidro é um aparelho dedicado ao cultivo de organismos sob condições controladas, que está instalado numa estrutura de aço que suporta 12 tubos em formato grande. Os biorreatores são alimentados por energia solar e colhem o potencial fotossintético das colónias de microalgas vivas, que estão dentro dos “tubos de ensaio”.
Por meio de sistemas especiais de aeração, as culturas contidas nos “tubos de ensaio” são borbulhadas para se manterem em constante movimento. Enquanto as bolhas de ar sobem naturalmente, através do meio aquoso dentro dos “tubos”, entram em contato com as células das algas. Na sequência deste processo, as moléculas de CO2 e os poluentes do ar são capturados, armazenados pelas algas e transformados em biomassa.
O projeto foi desenvolvido pela ecoLogicStudio, uma empresa global de inovação em design que conta com os parceiros académicos Synthetic Landscape Lab da Innsbruck University e o Urban Morphogenesis Lab do Bartlett University College London.