O ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, reconheceu que Portugal “está atrasado” ao nível da gestão de resíduos, considerando que a atualização, “em breve”, da estratégia nacional nesta área vai permitir ao país atingir as metas traçadas.
“Nós estamos, ao nível dos resíduos, com metas bastante longe daquilo que eram os objetivos. É verdade, há um trabalho a fazer, estamos atrasados, temos conhecimento que é uma área em que temos muito trabalho para fazer, mas estamos empenhados e queremos acreditar que, com a estratégia que vai ser publicada e com os incentivos que, entretanto, também estamos a procurar melhorar, vamos, de uma vez por todas, procurar encontrar um caminho para atingir essas metas”, afirmou o titular da pasta, de acordo com a agência Lusa.
Um dos pontos de preocupação é o volume de resíduos que vão para aterro: “Temos uma percentagem muito elevada no nosso país e temos uma meta de 10% em 2035 e estamos muito longe, estamos com cerca de 56%”, disse.
Segundo avançou o ministro, os “objetivos estratégicos” da nova estratégia passam por aumentar a reciclagem dos biorresíduos (ou resíduos orgânicos) e aproveitar melhor os resíduos produzidos dentro dos vários setores industriais.
“Para que tudo isto funcione”, Duarte Cordeiro aponta serem necessários “incentivos económicos”, nomeadamente para permitir “aos autarcas terem condições para apostar na recolha dos biorresíduos e para que os sistemas de tratamento tenham condições financeiras de apostar na tecnologia e nas infraestruturas para melhorar esse mesmo tratamento”.
As declarações surgem após o Comissário Europeu responsável pela pasta do Ambiente, Oceanos e Pescas Virginijus Sinkevicius, ter considerado que Portugal deve aumentar a capacidade de reciclagem e melhorar a gestão de resíduos.