Portugal ainda sai mal na fotografia, no que diz respeito à reciclagem das embalagens plásticas. A meta estabelecida no âmbito do Pacto Português para os Plásticos aponta para, pelo menos, 70% dessas embalagens serem recicladas, mas o último relatório concluiu que só 38% estão a chegar a esse fim. Em declarações à Sustentável, Patrícia Carvalho, coordenadora do referido pacto, explica que é preciso reforçar a sensibilização e educação dos cidadãos, mas só não. É necessário também apostar, cada vez mais, nas recolhas porta-a-porta e nos ecopontos, defende.
“A sensibilização de todos os cidadãos, dos mais novos aos mais velhos, é fundamental para se conseguir que as embalagens de plásticos terminem o seu percurso no contentor amarelo. Mas não basta sensibilizar, é também necessário educar e capacitar para que se faça a correta devolução dos plásticos”, começa por sublinhar a responsável, que detalha que, para cumprir a meta, é preciso que cada pessoa em Portugal recicle, no mínimo 28 quilos de embalagens de plástico por ano (hoje, e em contraste a média está em 16 quilos por ano).
Por outro lado, Patrícia Carvalho avisa que é preciso que os cidadãos tenham meios à disposição, defendendo a aposta nas recolhas de proximidade. Outra medida relevante nesta jornada, entende a coordenadora, é a dinamização dos sistemas de responsabilização, como os sistemas de depósito e reembolso.
Além desta meta, o Pacto Português para os Plásticos inclui várias outras, como a de assegurar que 100% das embalagens de plástico colocadas no mercado sejam reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis. E, neste ponto, “não tem havido evolução”, de acordo com o relatório recente. Patrícia Carvalho explica que “as melhorias que ainda podem ser feitas” no que diz respeito à reciclabilidade dizem respeito “as embalagens muito complexas que oferecem a necessidade de estudos mais granulares e de investigação”. Por isso, apela à aproximação da academia e dos centros de investigação às empresas.
À Sustentável, a responsável deixa ainda a nota de que a meta relativa à incorporação de plástico reciclado nas embalagens está a ser condicionada pela disponibilidade desse material “qualidade e em quantidade suficiente”.