Milão quer ultrapassar Paris na luta pela maior rede de ciclovias da Europa. A iniciativa Cambio quer criar uma rede de ciclovias com 750 quilómetros, repartida por 24 linhas, até 2035. O plano francês é de 680 quilómetros, noticia o jornal espanhol El Pais.
Para alcançar o objetivo, a cidade de Milão vai investir 225 milhões de euros, com a primeira parte da rede já operacional este verão. As vias deverão ultrapassar o alcance atual da rede de metro da cidade, assim como a área urbanizada.
“É uma mudança na mobilidade do ciclismo. Até agora, as ciclovias costumavam ser realizadas em espaços residuais deixados pela mobilidade motorizada, mas com o projeto de Milão esta abordagem é intervida e são criadas estradas exclusivamente dedicadas às bicicletas, explica Markus Hedorfer, presidente da Associazione nazionale degli urbanisti e dei pianificatori territoriale e ambientali (ASSURB) e vice-presidente do European Council of Spatial Planners (ECTP-CEU.
O responsável considera que “colocar o projeto em prática de forma plena é um desafio. As pequenas aldeias suburbanas terão de integrar a grande rede com a sua própria rede para que possam ir de casa para trabalho, para a escola, para o supermercado, em plena segurança. É importante que estejam ligados entre si e em Itália há poucas ligações entre as diferentes redes de ciclismo”.
Atualmente, o ciclismo representa cerca de 5% das viagens. Quando toda a rede de ciclovias estiver concluída, pretende-se que 20% das viagens na cidade e 10% das intercomunicações sejam feitas de bicicleta.