iStock O projeto de investigação “Os desafios sociopolíticos da produção de lítio para a transição energética: os casos de Portugal e do Brasil” pretende lançar luz sobre os desafios sociopolíticos e ambientais relacionados com a extração e utilização do lítio em ambos os países.
De acordo com o comunicado de imprensa, o projeto tem como objetivo analisar o impacto socioeconómico, político e ambiental deste recurso estratégico, tendo em conta o contexto da transição energética.
É financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a partir da 6ª edição do Concurso Estímulo ao Emprego Científico Individual (CEEC), e será desenvolvido no Laboratório Nacional de Energia, I.P. (LNEG), na Unidade de Economia de Recursos, pela investigadora Elaine Santos, sob coordenação da investigadora Sofia Simões.
Segundo a nota de imprensa, a iniciativa ambiciona ainda estabelecer parcerias com instituições de relevo no Brasil, como a Universidade de São Paulo (USP), além das universidades do Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais), onde o lítio é atualmente explorado, assim como com o Serviço Geológico do Brasil, que organiza e sistematiza o conhecimento geológico do território brasileiro, de forma a “fortalecer a colaboração e o intercâmbio entre diferentes áreas do conhecimento”.
“Embora muitos aspetos relacionados com a exploração do lítio e outras matérias-primas estratégicas sejam predominantemente técnicos, é essencial que a sociologia aprofunde a sua análise nesse campo. Isso se justifica não apenas pela maneira como Portugal e Brasil lidam com essa questão, que tem gerado desconfiança por parte das populações locais em ambos os países, mas também porque os sistemas de energia renovável, apesar de se pretenderem mais ‘limpos’, apresentam as suas próprias injustiças e impactos, que variam em magnitude e que precisam ser examinados”, afirmou a investigadora Elaine Santos.
Portugal e Brasil têm papéis estratégicos na exploração do lítio, devido às suas reservas minerais. Em Portugal, o lítio é explorado essencialmente para fins cerâmicos e vidreiros (pelo menos desde 1998), por sua vez, o Brasil possui uma indústria do lítio mais estabelecida, com a Companhia Brasileira de Lítio, que iniciou as suas operações em 1991.
