Foi apresentado um Livro Branco para a Pegada de Carbono do setor dos livros, resultante de um estudo desenvolvido pela Publishing2030 Accelerator e pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), no âmbito da segunda edição do Book 2.0.
De acordo com o comunicado de imprensa enviado às redações, o levantamento de dados, que resultou num ‘Carbon Footprint Whitepaper’, visou obter dados sobre o modo como se produzem os livros em Portugal, a fim de determinar futuras mudanças que coloquem este setor mais próximo do objetivo Net Zero.
A iniciativa contou com a participação de produtores de papel, gráficas, editores, distribuidores e livreiros portugueses e concluiu que, em 2023, o mercado editorial português produziu aproximadamente 9.874 toneladas de CO2 equivalente, o que representa cerca de 0,017% das emissões totais de Portugal.
Segundo a comunicação, cada livro vendido teve, em média, um impacto de 555 g de CO2e, o que equivale a conduzir 5,13 km num carro novo ou a consumir 15,4 horas de conteúdo de streaming.
O estudo apurou ainda que as maiores fontes de emissões estão na produção de papel (41%) e impressão (28%), com outras matérias-primas como tintas e colas contribuindo com 20%.
O livro apresentado também oferecer “recomendações práticas para o setor trabalhar em conjunto para enfrentar os impactos climáticos, nomeadamente através da identificação das áreas onde podem ser tomadas medidas coletivas para acelerar o processo de redução das emissões ao longo de toda a cadeia de abastecimento”, lê-se na nota de imprensa.
Além disso, o estudo também estabeleceu de uma visão para 2050, de forma a acelerar a agregação e partilha de dados de carbono, bem como promover a consciencialização para a conformidade através de regulamentações emergentes.
“A APEL e OS seus associados têm a responsabilidade de colocar a sustentabilidade ao lado de outras questões críticas para o futuro do nosso setor, como sejam a leitura, literacia ou digitalização. Não se trata apenas de conformidade, mas também de dever ético de construir um futuro sustentável para a nossa indústria, que garantirá que os livros irão nutrir a próxima geração de leitores e proteger o nosso ambiente” afirmou Pedro Sobral, Presidente da APEL.
E continuou afirmando que o estudo revelou que “diversas iniciativas já foram iniciadas para aumentar a consciencialização e reduzir o impacto ambiental do mercado livreiro português, não obstante algumas barreiras percebidas em termos de custos e recursos necessários para ações climáticas, especialmente para pequenas e médias empresas. Diria que um dos maiores impactos que o setor poderá ter é o de continuar a promover a leitura e a alfabetização, o que pode inspirar as novas gerações para ações climáticas com repercussão na Sociedade”.
As primeiras recomendações foram apresentadas ontem, dia 5 de setembro, perante a audiência do Book 2.0, no Museu do Oriente, em Lisboa, e, segundo a comunicação, o levantamento deverá ser replicado noutros países.