A Savills Portugal acaba de publicar a sua previsão de tendências para o mercado imobiliário no segmento da indústria e da logística, revelando que em 2018, esta área manteve-se “pouco dinâmica”, “com a promoção de novos projetos praticamente inexistente”.
De acordo com a Savills, o volume de negócios observado somou um total de 180 300 metros quadrados, o que representa uma descida de 17% comparativamente ao período homólogo. Alexandra Gomes, Senior Analyst do Departamento de Research da Savills Portugal, acrescenta que “o abrandamento das exportações e da procura interna é um dos fatores contributivos para este decréscimo, aliado também à falta de oferta nova e a um grau de incerteza relativamente aos desenvolvimentos políticos e económicos no contexto externo”.
“Sem novas aberturas e sem novos projetos no horizonte, o setor imobiliário industrial nacional enfrenta diversos desafios, numa época em que o mercado exige capacidade de resposta rápida”, explica ainda a responsável.
“À exceção do arranque de promoção de cerca de 40 000 metros quadrados de oferta especulativa promovidos pela Merlin e integrados na Plataforma Logística Lisboa Norte localizada na Castanheira do Ribatejo, não estão previstas novas promoções, o que acentua a pouca atratividade do setor comparativamente a outros segmentos imobiliários”, diz ainda a Savills Portugal.
Contudo, sabe-se já que “a aposta na melhoria da experiência de compra e entrega”, o crescimento do e-commerce e a necessidade de modernização das cadeias de distribuição, a par do aumento da capacidade operacional, têm conduzido muitos operadores à procura de novas instalações ou a melhorar as instalações atuais. Assim, o crescimento do e-commerce como canal de vendas privilegiado é visto como uma oportunidade para o incentivo à promoção no setor industrial e logístico.
“Em 2018, registou-se um investimento total de 140 milhões de euros no setor industrial e logístico, com as operações de venda da Plataforma Sonae na Azambuja à WP Carye por 43 milhões de euros e a venda de duas plataformas logísticas Dia à Square Asset Management por 33 milhões de euros, a constituírem as operações de maior peso neste setor”, acrescenta a Savills Portugal.
“No que se refere a 2019, o mercado dá sinais de um sentimento de confiança positivo por parte dos operadores, incentivando a retoma da promoção e investimento neste segmento imobiliário. São vários os operadores que iniciaram em 2019 a construção de novos entrepostos e novos centros logísticos, reafirmando a necessidade de o mercado receber novos projetos”, conclui Alexandra Gomes.
Prevê-se ainda que em 2019 se registe uma subida das rendas, já que, segundo a Savills a oferta é “muito escassa e 100% assente em armazéns usados (…) A falta de oferta vai conduzir também à renegociação de contratos com revisão de rendas, o que nos eixos mais centrais, próximos de polos urbanos que oferecem uma maior concentração e proximidade a outros serviços complementares, poderá significar um ligeiro incremento nos valores de renda”.