O Índice de Transição Verde (GTI), desenvolvida pela consultora estratégica Oliver Wyman, revelou que Portugal ocupa a 18ª posição (em 29) na Europa relativamente ao progresso em sustentabilidade e redução de emissões de carbono.
Os lugares cimeiros são ocupados pelos Países Baixos e Dinamarca. Nos últimos lugares estão a Bulgária e o Chipre. Segundo explicado em comunicado, o estudo analisou o desempenho com base em sete categorias-chave:
- utilização de tecnologias de transição pelas empresas energéticas;
- o grau de sustentabilidade ambiental do sistema económico de cada país;
- as emissões da indústria transformadora;
- a qualidade ambiental dos transportes;
- a sustentabilidade dos edifícios;
- o grau de circularidade na gestão de resíduos;
- e o nível de conservação da natureza.
As melhores pontuações
Portugal destaca-se positivamente nas categorias de Edifícios e de Energia, nas quais surge em segundo e quinto lugar, respetivamente. Na categoria de Edifícios, o País destaca-se pela utilização de energias renováveis para aquecimento doméstico (segunda posição, com 57%), e pelo consumo de eletricidade per capita (oitava posição, com 0.11 toe/capita vs 0.16 média).
Portugal contraria a tendência dos países ocidentais na categoria de Edifícios, uma vez que a maioria destes países têm um fraco desempenho nas energias renováveis, dependendo fortemente dos combustíveis fósseis no aquecimento residencial.
O Índice refere ainda que, relativamente ao número de projetos de edifícios construídos com certificações de construção sustentável (Leed, Breeam, HQE, DGNB), Portugal ocupa a décima nona posição.
No que diz respeito à Energia, Portugal ocupa a segunda posição em dimensão de projetos de hidrogénio verde em relação ao PIB (cinco vezes a média dos países europeus em 2021), a quinta posição em capacidade dos projetos de armazenamento relacionados com baterias e décimo lugar no ranking de peso das energias renováveis e biocombustíveis na produção de eletricidade (60% vs 45% média em 2020).
As piores posições
No sentido contrário, o País não tem, ao contrário de metade dos países europeus, projetos CCS (Captura e Armazenamento de Carbono). Portugal possui ainda o pior desempenho na Gestão de Resíduos e Conservação da Natureza, 27ª e 25ª posições, respetivamente.
Relativamente à categoria de Gestão de Resíduos, Portugal encontra-se nas piores posições do ranking, com resultados negativos nos três indicadores:
- 27º em termos de resíduos gerados per capita: 0.51 ton (22% acima da média);
- 26º em termos de taxa de circularidade: 2% vs >20% em países líderes, como Holanda, Bélgica, França e Itália;
- 26º em termos de resíduos depositados em aterros per capita: 263kg em 2020 (81% superior à média, <10kg em países líder).
Já relativamente à Conservação da Natureza, o País ocupa o último lugar com apenas 3% de áreas terrestres e marinhas protegidas em percentagem da área total do país, sendo a média europeia de 17%.