Descarbonização

Há um novo projeto de reutilização e reciclagem de baterias de iões de lítio

Há um novo projeto de reutilização e reciclagem de baterias de iões de lítio Direitos Reservados

O Instituto Tecnológico dos Plásticos (AIMPLAS), em Espanha, está a coordenar um projeto de reutilização e reciclagem de baterias de iões de lítio, assim como de recuperação dos metais valiosos que contêm.

O projeto METALLON pretende investigar novas técnicas de reciclagem destas baterias, habitualmente utilizadas em dispositivos eletrónicos e na mobilidade elétrica.

De acordo com o comunicado de imprensa, o objetivo passa por melhorar o processo de reutilização e reciclagem de resíduos complexos presentes nestas baterias. Por um lado, recondicioná-las e dar-lhes uma segunda vida e, por outro lado, no caso de terem de ser eliminadas, otimizar os processos de reciclagem e recuperação para extrair e recuperar o lítio e outros metais e minerais de elevado valor.

O Grupo de Investigação em Engenharia Ambiental (GI2AM) da Universidade de Valência, a GDV Mobility, empresa de mobilidade de veículos elétricos e a Recuintec, empresa de gestão de resíduos informáticos e tecnológicos, colaboram nesta investigação, que também inclui a definição de estratégias de recondicionamento e reutilização das baterias de iões de lítio antes da sua reciclagem.

“Atualmente, o destino mais comum das baterias de iões de lítio, utilizadas em aparelhos eletrónicos como telemóveis e computadores, e na mobilidade elétrica (scooters, bicicletas, motociclos e veículos), é o seu armazenamento em aterros, o que implica um enorme risco para a segurança e o ambiente”, lê-se na nota de imprensa.

Segundo a comunicação, devido à sua composição, “as baterias deitadas fora podem incendiar-se ou explodir, o que constitui um risco significativo para as estações de tratamento de resíduos e para quem efetua o transporte. Em termos de impacto ambiental, estas baterias têm também componentes químicos que podem ser libertados para o ambiente à medida que se degradam”, explica o comunicado.

Como explica Santiago Llopis, investigador na AIMPLAS, “os atuais processos de reciclagem de baterias de iões de lítio, como a pirometalurgia ou a hidrometalurgia, têm certas limitações, como a impossibilidade de recuperar o lítio, o elevado custo energético, a utilização intensiva de ácidos inorgânicos e a criação de resíduos altamente poluentes”.

E continua: “estamos a investigar técnicas de recuperação dos metais presentes nas baterias de iões de lítio que não tenham um impacto ambiental negativo. Substituiremos os ácidos inorgânicos por agentes menos hostis, como os solventes verdes, e estudaremos os processos bio-hidrometalúrgicos como uma alternativa mais limpa e mais económica, que requer um consumo mínimo de energia e utiliza reagentes biológicos”.

A investigação prevê também a definição de estratégias de pré-reciclagem para, desde logo, tentar reduzir a produção destes resíduos. Assim, serão estabelecidos métodos para identificar o estado de saúde das baterias no final do seu ciclo de vida e serão implementados procedimentos para determinar o seu possível recondicionamento e reutilização em diferentes sectores.

 

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