A Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) revelou que a atual rede elétrica portuguesa “não tem capacidade suficiente” para receber todo o volume de nova produção da energia eólica e solar prevista.
O documento nota mesmo que “a rede atual, mesmo acrescida da capacidade decorrente dos reforços de rede já licenciados e/ou aprovados no âmbito do [Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Transporte da REN] PDIRT-E 2021, mas ainda não construídos, não tem capacidade suficiente para a receção da nova geração associada às novas metas de FER”.
O aviso foi dado no mais recente Relatório de Monitorização da Segurança de Abastecimento do Sistema Elétrico Nacional para o período de 2024-2040 e resulta das novas metas para as fontes de energia renovável que constam do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), atualizado este ano.
A necessidade de expandir a rede já foi identificada pela REN e comunicada ao Governo, para ser tido em conta na elaboração do PDIRT-E 2023. Existe uma “necessidade de implementação de novos projetos de expansão da RNT, com expressão territorial relevante, com vista, em particular, ao cumprimento de novos acordos para atribuição de reserva de capacidade de injeção na RNT e das novas metas de FER estabelecidas na proposta de atualização do PNEC, não consideradas no PDIRT-E 2021”.
Até ao final da década, o PNEC prevê que “90% da eletricidade produzida no sistema eletroprodutor português seja de origem renovável”. Para a energia eólica, as previsões são de 12,4 GW em 2030 (10,4 GW em terra e 2 GW no mar), somando-se ainda 5,5 GW de capacidade de eletrólise para a produção de hidrogénio verde (mais do dobro dos anteriores 2,5 GW).