A sustentabilidade é já assumida como um critério decisivo na hora da compra, com a maioria dos portugueses (49%) a afirmarem ter deixado de consumir determinada marca por considerarem as suas práticas prejudiciais ao ambiente ou pouco sustentáveis.
A conclusão é de um estudo conduzido pela Product of the Year Portugal, a propósito do Dia Mundial do Ambiente.
Segundo a análise, quando questionados sobre o significado de “sustentabilidade”, os portugueses associaram maioritariamente o conceito ao consumo consciente e responsável (23%). Em seguida, destacaram a preservação ambiental (21%), a redução do desperdício e a reciclagem (19%). A utilização de energias renováveis foi referida por 14% dos inquiridos, enquanto 11% apontaram a responsabilidade social e a ética empresarial como elementos-chave da sustentabilidade.
Além disso, os consumidores portugueses também revelaram a sua preocupação ambiental através de escolhas conscientes, como a compra de eletrodomésticos com eficiência energética (22%) e de produtos reutilizáveis ou com embalagens reduzidas (também 22%). A preferência por alimentos biológicos é destacada por 16% dos inquiridos, enquanto 15% afirmou optar por cosméticos naturais, reforçando a valorização de um estilo de vida mais saudável e sustentável.
De acordo com o estudo, as principais motivações dos portugueses para escolherem produtos sustentáveis centram-se no menor impacto ambiental (29%) e nos benefícios para a saúde (25%). Também o desejo de adotar um estilo de vida mais consciente foi apontado por 23% dos inquiridos. A perceção de maior qualidade, referida por 10%, reforçou a imagem de um consumidor cada vez mais informado, exigente e atento às suas escolhas.
Embora 62% dos inquiridos esteja disponível para pagar mais por produtos sustentáveis, a maioria ressalvou que esse acréscimo deve ser razoável. Apenas 17% afirmou estar disposto a pagar significativamente mais, enquanto 9% revelou que, independentemente da sustentabilidade, o fator decisivo continua a ser o preço mais baixo.
A maioria dos inquiridos (60%) reconheceu que as marcas em Portugal têm vindo a adotar comportamentos mais sustentáveis, embora considerem que essas mudanças ainda são insuficientes. Apenas 20% reconheceu uma evolução significativa, enquanto 17% avalia o progresso como demasiado lento.
Segundo a análise, 60% dos portugueses considerou que a comunicação das marcas sobre sustentabilidade é eficaz, embora admitam que existe um excesso de greenwashing. Quanto à perceção da qualidade, 57% avançou acreditar que os produtos sustentáveis apresentam, em alguns casos, uma qualidade superior.

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