A desflorestação global desacelerou 6,3% no ano passado, quando comparada com a média entre 2018 e 2020. No entanto, o progresso fica aquém do objetivo necessário anual de 10% para acabar com a prática até 2030. A conclusão é do relatório Forest Declaration Assessment.
“É um bom começo, mas não estamos no bom caminho”, disse a consultora na Climate Focus, empresa de consultoria ambiental, e autora do relatório, Erin Matson, citado pela Nature.
No ano passado, nas florestas húmidas tropicais a quebra foi de apenas 3,1%. O fraco progresso tem como grandes contribuidores o Brasil (+3%), a Bolívia (+6%) e a República Democrática do Congo (+3%), países em que a desflorestação aumentou. No entanto, não foram os países em que mais aumentou a desflorestação. A liderança vai para Angola, com um aumento superior a 125%. No entanto, o país é o 25º com mais milhões de hectares desflorestados. Por sua vez, o Brasil, a Indonésia e a Bolívia são os que maior peso possuem nos milhões de hectares de desflorestação. A Indonésia, apesar disso, conseguiu reduzir a desflorestação em 25%.
De acordo com as previsões para 2030, as regiões tropicais na Ásia são as únicas no rumo certo para acabar com a desflorestação em 2030. A região obteve uma desaceleração de 20% no ano passado, muito graças ao contributo da Indonésia.
O relatório aponta que é necessário investir entre 45 e 460 mil milhões de dólares por ano em esforços de conservação da floresta para atingir os objetivos até 2030. Atualmente, os compromissos são, em média, inferiores a 1% do que é necessário por ano.