Mais de metade das empresas (68%) do setor da energia e utilities que implementaram os novos modelos das energias renováveis (1) revelaram que já sentiram que o impacto desses modelos, ao levá-las a optarem por novas formas de fazer negócio. A conclusão é do novo estudo do Capgemini Research Institute intitulado Remodeling the future: How energy transition is driving new models in energy and utilities.
Outros aceleradores da mudança são a procura por parte dos investidores (63%) e a rentabilidade (55%). De acordo com o novo estudo, as organizações que estão a implementar modelos de energia limpa alcançaram uma redução de 4,6% nas emissões de Scope-3 (2) e espera-se uma nova redução de 13% nos próximos três anos. Algumas empresas também afirmaram que registaram um aumento de 6% nas suas receitas com esta mudança.
Face a estes novos modelos, as empresas multinacionais já obtiveram um aumento de 4% nas oportunidades de upselling, e nos próximos três anos este valor deverá aumentar para os 9,2%.
Desafios para o futuro
Enquanto 64% das empresas afirmaram que planeiam implementar soluções de armazenamento de energia no futuro, apenas 19% já o estão a fazer. Segundo o estudo, a maioria das empresas ainda têm de criar uma estratégia de negócio para as novas energias. Sendo que, apenas 18% dos inquiridos afirmaram possuir uma estratégia global com objetivos e prazos bem definidos.
Além disso, o estudo mostra que atualmente, a maioria das organizações (70%) diz não ter os recursos necessários para desenvolver os novos modelos. As empresas enfrentam atrasos na área das tecnologias a nível interno e na aposta em novas tecnologias (68%), nas competências relacionadas com o serviço (62%) e nos conhecimentos especializados em dados (56%).
Metodologia
O Capgemini Research Institute inquiriu 530 gestores de topo de empresas do setor da energia e utilities que reportaram receitas superiores a 200 milhões de dólares (USD) no último exercício, em agosto e setembro de 2021
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(1) Novos modelos de energia, dizem respeito aos novos produtos e serviços e novas formas de operar os negócios existentes. Estes modelos incluem serviços energéticos, plataformas energéticas, soluções de armazenamento de energia, combustíveis alternativos, serviços de mobilidade, serviços de gestão de redes e energia limpa.
(2) Emissões de Scope-3: todas as emissões indiretas que ocorrem na cadeia de valor das empresas inquiridas, incluindo as emissões a montante e a jusante e não incluídas no Scope-2 (emissões indiretas provenientes da geração de energia adquirida).