O Fundo Monetário Internacional (FMI) revelou que, com base na sua análise, a indústria dos combustíveis fósseis recebe 11 milhões de dólares (cerca de 9,5 milhões de euros) a cada minuto. Em 2020, a produção desta indústria foi subsidiada em 5,9 biliões de dólares (cerca de 5 biliões de euros), noticia o The Guardian.
A análise conclui ainda que nenhum país definiu os preços dos seus combustíveis com o objetivo de refletir os custos totais ambientais e de fornecimento. Os subsídios explícitos que reduziram os preços dos combustíveis representaram 8% do total e os benefícios fiscais outros 6%. Os maiores fatores, segundo a análise, foram deixar de fazer os poluidores pagarem pelas mortes e problemas de saúde causados pela poluição do ar (42%) e pelas ondas de calor e outros impactos do aquecimento global (29%).
O FMI considera que definir os preços dos combustíveis fósseis, de forma a refletir o seu verdadeiro custo, reduziria as emissões globais de CO2 em mais de um terço.
O mercado de carbono foi também alvo de análise pelo FMI. “A reforma dos preços dos combustíveis fósseis não poderia ser mais oportuna”, disseram os investigadores.
A entidade monetária estima que o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis também evitaria quase um milhão de mortes por ano causadas pelo ar poluído e levaria a poupanças de biliões de euros pelos governos. “Haveria enormes benefícios com a reforma, por isso há uma enorme quantia em jogo”, disse o principal autor do relatório do FMI, Ian Parry.
“Alguns países estão relutantes em aumentar os preços da energia porque acham que isso vai prejudicar os pobres. Mas manter os preços dos combustíveis fósseis é uma forma altamente ineficiente de ajudar os pobres, porque a maioria dos benefícios advém para as famílias mais ricas. Seria melhor direcionar os recursos para ajudar diretamente as pessoas pobres e vulneráveis”, explicou o responsável.
Outros dados do relatório
- Os preços são pelo menos 50% mais baixos que os verdadeiros custos de 99% do carvão, 52% do gasóleo e 47% do gás natural, em 2020;
- China, Estados Unidos da América, Rússia, Índia e Japão são responsáveis por dois terços dos subsídios;
- Sem mudança, os subsídios vão atingir os 6,4 biliões de dólares (5,5 biliões de euros).