O projeto “Soil@INT- Solos do interior: monitorizar para mitigar os efeitos das alterações climáticas” vai desenvolver uma rede de monitorização da saúde do solo do interior do país para aumentar a resiliência climática dos recursos naturais, sendo implementado no período 2023-2026.
É coordenado pela Universidade de Aveiro e realizado em parceria com a Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, o Laboratório Nacional de Energia e Geologia, a Faia Brava – Associação de Conservação da Natureza e o Município de Figueira de Castelo Rodrigo.
O projeto está assente “na integração de dados de deteção remota e indicadores ecológicos in situ, com vista a produzir modelos que facilitem a criação de rotinas de monitorização do solo a diferentes escalas espácio-temporais”.
De acordo com a comunicação no site da Palombar, um dos objetivos é também “dotar a área de intervenção de ferramentas para maximizar os serviços de ecossistemas e a resiliência climática do seu capital natural”.
“O projeto Soil@INT surge numa perspetiva de continuidade, tendo a ideia sido amadurecida através dos vários projetos em curso no Vale do Côa, envolvendo a coordenação de membros de diferentes grupos da Universidade de Aveiro/CESAM. A experiência de campo permitiu identificar um dos problemas estruturais reconhecidos no território, que poderá influenciar as principais atividades agrícolas e florestais e o capital natural da região: a perda de funções básicas do solo devido à desertificação e o aumento, atual e futuro, da aridez no Vale do Côa”, referiu Rita Tinoco Torres da Universidade de Aveiro e responsável pelo projeto.
Segundo a nota de imprensa, o projeto tem dois pilares centrais de ação:
1) O desenvolvimento e implementação de um sistema de monitorização ambiental “sólido, inovador, acessível e espacialmente delimitado”;
2) O fomento da literacia sobre os solos, sobre o seu funcionamento e importância para a região, “através da sensibilização, qualificação e capacitação de agentes locais e população em geral”.
Com o primeiro, pretende-se gerar conhecimento científico regional acerca do funcionamento dos ecossistemas do solo a diferentes escalas, através da integração de indicadores ecológicos robustos e tecnologias de deteção remota e inteligência artificial.
Já com o segundo, o propósito é dotar os territórios de ferramentas passíveis de, autonomamente, valorizar o capital natural e os recursos endógenos a médio/longo prazo.
Este projeto tem como área de intervenção o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo (caso de estudo). No entanto, segundo a comunicação, também se pretende implementar nos concelhos de Alfândega da Fé, Almeida, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro, Mogadouro, Pinhel e Sabugal.
“Este projeto vai gerar um conjunto de dados valiosos para colmatar a falta de informação sobre o estado atual dos solos no interior, o que permitirá prever com maior eficácia os impactos negativos das alterações climáticas no território e delinear estratégias de mitigação que beneficiem os sistemas socioecológicos, ou seja, as comunidades locais e os ecossistemas e a biodiversidade”, destacou José Pereira, presidente da Palombar.
A iniciativa vai contar com financiamento do BPI – Fundação “la Caixa”, concretamente do programa PROMOVE, destinado à dinamização das regiões do interior de Portugal, em parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia.