As obras públicas, que agora se encontram sob a alçada do ministério da Economia e do Emprego, terão o seu destino nas mão dos dois partidos que sempre se opuseram-se ao avanço do projeto, que é composto pelos troços Lisboa-Poceirão e Poceirão-Caia.
A suspensão do projeto era mesmo a primeira medida no manifesto eleitoral do CDS-PP às eleições legislativas. Do lado do PSD, Pedro Passos Coelho insistiu nas críticas à “teimosia” do Governo liderado por Sócrates em avançar com a ligação ferroviária em alta velocidade até Madrid, afirmando ser uma “loucura”.
O memorando de entendimento assinado com a troika refere que “a linha Lisboa-Porto será suspensa enquanto durar o programa” de ajuda financeira, ou seja, durante os próximos três anos. No entanto, não existe qualquer referência à linha Lisboa-Madrid.
O presidente executivo da Soares da Costa disse, em abril, que o consórcio já tinha investido cerca de 150 milhões de euros no troço, mas escusou-se a revelar valores de uma eventual indemnização caso o projeto seja cancelado.
Já o troço Lisboa-Poceirão, que inclui a Terceira Travessia sobre o Tejo, nunca chegou a sair do papel: o concurso foi lançado, mas acabou por ser anulado em setembro, devido à «significativa e progressiva degradação da conjuntura económica e financeira» do país.
Três consórcios concorreram ao concurso, tendo dois – o Altavia e Tave Tejo – já anunciado que vão pedir indemnizações ao Estado, sendo que este último reclama 10,6 milhões de euros por gastos no concurso público.