Mobilidade

O caminho das Infraestruturas de Portugal para a sustentabilidade

A ferrovia tem sido uma das principais apostas no caminho para a descarbonização. Mas não só de aumentar a rede vive a sustentabilidade. A eletrificação dos caminhos férreos é uma das opções que já está em curso. Perceba o que a Infraestruturas de Portugal (IP) está a fazer para descarbonizar as suas operações.

De acordo com o Relatório de Contas referente a 2021, o consumo energético em 2021 foi o mais baixo dos últimos cinco anos, com as emissões de gases com efeito de estufa, resíduos produzidos e consumo de combustível a seguirem a mesma tendência. Do lado inverso, o investimento em ambiente também foi o mais baixo em cinco anos, com apenas 2,5 milhões investidos.

De forma a diminuir o seu impacto ambiental, a IP tem em curso um processo de modernização e eletrificação da infraestrutura. Os investimentos previstos no PETI 3+ e Ferrovia 2020 pretendem eletrificar até 83% da rede total.

“Estes investimentos permitirão substituir o material circulante com tração a diesel por tração elétrica, bem como captar tráfego de mercadorias e passageiros por transferência modal de transporte, estimando-se uma redução anual de 161 ktCO2eq”, pode ler-se no site da empresa.

Já com o Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI 2030) pretende-se “atingir praticamente a totalidade da rede eletrificada”, pode ler-se no Plano Ferroviário Nacional, apresentado no ano passado. Nesse momento, os troços da Linha do Douro, Oeste e Leste terão a possibilidade de utilizar a tração elétrica. Prevê-se um investimento de 740 milhões, no âmbito do PNI 2030.

Apesar destas intenções, a execução das obras no abrigo do Portugal 2020 estão atrasadas. A Comissão para a Defesa da Linha do Oeste denuncia, ao Jornal das Caldas, que “as obras de modernização e eletrificação da Linha do Oeste, entre Meleças (Sintra) e Torres Vedras, estão paradas vai para dez meses, sem que se vislumbre quando possam vir a ser reatadas, pondo cada vez mais em causa o prazo de conclusão do projeto de reabilitação deste eixo ferroviário, até 31 de dezembro do presente ano”. A modernização da Linha do Oeste deveria já estar concluída desde junho de 2020.

Outro dos atrasos está na Linha da Beira Alta. Segundo o portal Eco, no final de abril de 2022, a IP previa reabrir a rota em janeiro. No entanto, agora, a entidade adiou a reabertura para novembro.

Segundo um relatório da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), relativa à monitorização da execução dos investimentos previstos, verifica-se “um atraso global para a conclusão do Plano Ferrovia 2020 de dois anos e três meses, com a previsão da finalização das obras em todos os corredores no último trimestre de 2023, sendo que nalgumas intervenções existe a possibilidade dos trabalhos se prolongarem para além de 2023”.

Recorde-se que o Governo afirmou, no ano passado, que nenhuma das obras do programa Ferrovia 2020 ficará por fazer e que serão poucos os projetos que irão transitar para além de 2023. Estão previstos este ano, 714 milhões de euros de execução.

Os outros planos das Infraestruturas de Portugal

Já no campo da rodovia, a IP afirma que está empenhada na disseminação de postos de carregamento elétrico pela rede nacional, integrados na rede MOBI-e. Aliado a isso, no Orçamento de Estado de 2023, o Governo prevê a transição energética das frotas da Infraestruturas de Portugal (IP), dando prioridade a veículos eletrificados.

A entidade está ainda a participar no estudo e desenvolvimento de novos pavimentos rodoviários e sistemas inteligentes de gestão de tráfego, que conduzam a uma redução das emissões.

Outro dos campos de atividade da empresa está a criação do Metrobus do Mondego, que desenvolver-se-á num troço suburbano com 30 km de extensão e um troço urbano de 12 km de extensão.

Segundo a IP, o “Metrobus será movido a 100% por energia elétrica, através de baterias instaladas nos veículos, o que permitirá reduzir as suas emissões de CO2, bem como as emissões evitadas pelo efeito da procura induzida e de transferência modal”. O projeto, de acordo com a Metro Mondego, mantém a previsão de arranque das operações no troço suburbano para o primeiro trimestre de 2024.

Não é possível saber os planos para este ano, uma vez que o plano de atividades e orçamento não está disponível online. Lê-se no site: “Oportunamente será divulgado o Plano de Atividades e Orçamento referente ao presente ano.”

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