A TomTom anunciou os resultados do TomTom Traffic Index 2020, o relatório anual que analisa o congestionamento de trânsito em 416 cidades de 57 países, e Lisboa mantém-se no topo das cidades com pior trânsito na Península Ibérica. Este índice baseia-se na percentagem do nível de congestionamento, que representa o tempo adicional de viagem que os condutores passam na estrada durante um ano.
Em 2019, Lisboa foi pela quarta vez consecutiva, a cidade com mais trânsito da Península Ibérica, com uma percentagem de 33% no que diz respeito ao congestionamento. Segundo o estudo, os lisboetas passam cerca de 43 minutos no trânsito diariamente, o que perfaz um total de 158 horas por ano. O índice de tráfego aumentou em comparação com o ano passado, mas Lisboa desceu quatro lugares no ranking, ocupando a 81º posição a nível mundial.
O Porto também viu o seu índice de tráfego aumentado, com uma subida de 3 pontos percentuais face ao ano anterior, subindo 13 lugares no ranking, agora ocupa a posição 108. Mesmo com um índice de 31%, mantém-se inferior ao de Lisboa. Assim, na cidade do Porto, os condutores perdem 39 minutos no trânsito, somando um total de cerca 154 horas anuais.
O momento com maiores problemas de congestionamento de trânsito nas duas cidades é o final do dia de sexta-feira (entre as 18h e as 19h). Analisando os níveis de tráfego nas autoestradas, estes situam-se nos 23% em Lisboa e 21% no Porto. Já nas vias secundárias, o congestionamento aumenta para 34% em Lisboa e 36% no Porto, registando, respetivamente, uma subida de 1 e 3 pontos percentuais em relação ao ano passado.
O Funchal (17%, 351ª posição), Braga (18%, 334ª posição) e Coimbra (15%, 375ª posição), também registaram um aumento na percentagem de tráfego. De acordo com o relatório da TomTom, no Funchal e em Braga, os condutores passam uma média de 22 e 24 minutos por dia no trânsito, respetivamente, e 18 minutos em Coimbra, sendo o período de maior congestionamento ao final do dia.
No mundo
O ranking mundial é lidarado por Bengaluru, segundo o relatório, os condutores da cidade indiana passam 71% de tempo adicional no trânsito. Á cidade indiana, segue-se a capital das Filipinas, Manila (71%), Bogotá, na Colômbia (68%), Bombaim, (65%) e Pune (58%).
Moscovo encabeça a lista europeia (59%), seguindo-se Istambul (55%), Kiev (53%), Bucareste (52%) e São Petersburgo (49%). As cidades de Bruxelas (37%), Londres (37%) e Paris (36%) ocupam a 11º, 12º e 13º posição, respetivamente.
Já na América do Norte, as cinco cidades mais congestionadas são Los Angeles (42%), Nova Iorque (37%), São Francisco (36%), San Jose (33%) e Seattle (31%).
O congestionamento de trânsito aumentou em todo o mundo na última década e 239 das cidades (57%) analisadas pelo relatório aumentaram os seus níveis de congestionamento entre 2018 e 2019, apenas 63 cidades registaram diminuições mensuráveis.
“A nível internacional, há ainda um grande caminho a percorrer até os níveis de congestionamento estarem controlados. Com o tempo, a ascensão dos veículos autónomos e serviços de car-sharing vão ajudar a aliviar a intensidade do tráfego, mas os decisores não podem ficar à espera para agir. Precisam de usar todas as ferramentas disponíveis ao seu alcance para analisar níveis de tráfego e o impacto que estes têm, para que possam tomar decisões acerca das infraestruturas projetam. Os condutores também desempenham um papel importante. Pequenas mudanças no comportamento podem fazer uma grande diferença”, refere Ralf-Peter Schaefer, vice-presidente de informações de trânsito da TomTom.