Em reunião da Comissão de Ambiente e Energia, realizada ontem, dia 3 de dezembro, a Assembleia da República discutiu e votou a favor do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC 2030), sendo agora submetido à Comissão Europeia (CE) com vista à conclusão do processo de revisão.
O PNEC 2030 recebeu votos favoráveis do PSD, PS e Livre, com a abstenção do CHEGA e sem votos contra, tendo estado ausentes os restantes partidos.
De acordo com o comunicado de imprensa do Governo, o PNEC 2030 “preconiza um aumento da quota de energias renováveis, traçando uma trajetória clara para alcançar a neutralidade climática em 2045, em alinhamento com o previsto na Lei de Bases do Clima”.
Uma das alterações efetuadas pelo Executivo é o aumento da meta nacional para a redução de emissões de gases com efeito de estufa (GEE) para 55% até 2030, em relação aos níveis de 2005, fixando o limiar mais ambicioso face ao intervalo anteriormente estabelecido de 45% a 55%.
Além disso, o PNEC 2030 traça ainda uma meta de 51% para a quota de energias renováveis no consumo final bruto de energia até 2030, acima da meta anterior de 47%, o que reflete a aposta estratégica nas renováveis e nas suas potencialidades de atração de investimento.
Para chegar a atingir esta meta, o Governo propôs um reforço da exploração do potencial de energias renováveis, com foco nas tecnologias solar e eólica onshore/offshore, entre 2025 e 2030, com o aumento do solar de 8,4 GW para 20,8 GW; o incremento do eólico onshore de 6,3 GW para 10,4 GW e o crescimento do eólico offshore de 0.03 GW para 2 GW.
Para a Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, “o Governo assumiu o dossiê PNEC2030 como uma prioridade, desde a primeira hora, pelo que saudamos a sua aprovação do Parlamento sem votos contra”.
E continua: “este não é apenas um plano: representa um projeto de desenvolvimento para Portugal, aproveitando o potencial de energia renovável do país para estimular atividades industriais, crescimento económico, criação de empregos verdes, inovação e desenvolvimento tecnológico. O PNEC 2030 está estrategicamente posicionado para combater as alterações climáticas, garantir a segurança de abastecimento de energia, atrair investimento e gerar competitividade”.