Descarbonização

Qualidade do ar: Apenas 5% dos países cumprem as normas da OMS para partículas finas

Qualidade do ar: Apenas 5% dos países cumprem as normas da OMS para partículas finas iStock

Em 2023, apenas 5% dos países a nível mundial cumpriam os novos limites de segurança estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para partículas em suspensão com um diâmetro inferior a 2,5 micrómetros (conhecidas como PM2.5), de acordo com um relatório da empresa IQAir, empresa de tecnologia especializada na qualidade do ar.

Isto significa que, apenas 7 dos 127 países analisados pela empresa, cumpriam as recomendações da instituição especializada das Nações Unidas.

Os sete países que já estão abaixo do máximo da OMS, fixando-se numa média anual de cinco microgramas por metro cúbico (µg/m3) e apresentando a melhor qualidade de ar são: Austrália, Estónia, Finlândia, Islândia, Maurícias e Nova Zelândia e Granada, na América do Norte, refere o Relatório Anual Global de Qualidade do Ar da IQAir.

No sentido oposto e com a pior qualidade de ar estão o Bangladesh, que supera em mais de 15 vezes o recomendado pela OMS, o Paquistão (14 vezes mais) e a Índia (10 vezes mais). Seguem-se o Tajiquistão, o Burkina Faso, o Iraque e os Emirados Árabes Unidos, que ultrapassam entre 8,5 e 10 vezes os valores máximos para este tipo de partículas.

Fonte: IQAir

As novas diretrizes significaram reduzir em metade a exposição anual considerada segura, de 10 para cinco microgramas por metro cúbico. Se os limites anteriores ainda se mantivessem, 40 países e regiões estariam dentro das margens de segurança, incluindo Portugal que registou, em 2023, um valor médio de 6,8 microgramas por metro cúbico.

Este tipo de partículas finas está ligado, em parte, aos combustíveis fósseis e são a causa de cerca de um milhão de mortes prematuras todos os anos no mundo, refere o estudo.

O estudo também classificou as capitais com base na qualidade do ar. Desta forma, Nova Deli apresenta uma concentração média anual de 92,7 microgramas por metro cúbico (mais de 18 vezes acima do recomendado) e lidera a listagem. De seguida, encontra-se a capital de Bangladesh, Dakha (80,2); Ouagadougou, capital de Burkina Faso, com 46,6; Dushanbe (46), capital do Tajiquistão; e Bagdá, no Iraque (45,8).

Já a capital de Porto Rico, San Juan, registou uma concentração média anual de 3 microgramas por metro cúbico, assim como a capital da Nova Zelândia, Wellington, e encabeçam o topo da listagem. Por sua vez, a capital da Austrália, Canberra, e da Islândia, Reykjavik (4 microgramas por metro cúbico), ocupam a terceira e quarta posição.

Perto das primeiras capitais da lista com a melhor qualidade de ar no ano passado, encontra-se Lisboa, que apresenta uma concentração média anual de 8 microgramas por metro cúbico.

O relatório baseia-se na análise de dados de mais de 30 mil estações de monitorização de qualidade do ar em 7 812 locais de 134 países, territórios e regiões. São medidores de qualidade do ar de baixo custo, operados por organizações de investigação, agências governamentais, universidades, instituições educacionais, ONGs e empresas privadas.

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