A Dourogás revelou ser “expectável que, até ao final do ano, a atividade de mobilidade da Dourogás seja feita totalmente à base de gases renováveis”. O anúncio surgiu durante a conferência Lisbon Green Gas Summit, que se realizou no dia 18 de maio, em Lisboa.
Nuno Afonso Moreira, CEO da Dourogás, anunciou que “no segundo semestre faremos novos reforços de biometano na rede”, sendo que “no final de março a empresa importou e injetou 1 gigawatt/hora (GWh) de biometano permitindo que, mais de 1000 camiões, por dia, possam ser abastecidos com gás 100% renovável”.
“Estamos a desenvolver outros projetos e esperamos que eles vejam a luz do dia nos próximos dois anos. Os primeiros já em 2024, para que o biometano possa ser a solução da mobilidade pesada. Os transportadores querem ter uma solução para saber qual é o camião que vão comprar a seguir”, disse ainda o CEO da Dourogás.
Atualmente, a Dourogás produz biometano em dois projetos em Portugal: em Mirandela (há cerca de um ano) e na ETAR de Frielas, em Loures. Ambas as unidades têm uma produção anual combinada de 30 GWh. A Dourogás tem mais seis projetos de biometano planeados para entrar em produção nos próximos anos.
A intervenção do ministro do Ambiente
A conferência, que teve como tema “Por um mundo melhor – da sustentabilidade à ação restaurativa”, contou com especialistas de renome nacional e internacional dos setores públicos e privado, pensadores e decisores-chave na área da energia.
O ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, presidiu à abertura da conferência, afirmando que “o biometano e o hidrogénio são absolutamente estratégicos para alcançar objetivos de descarbonização até 2030”. Atualmente, “temos a vantagem de poder produzir de forma descentralizada estes dois gases. Parte desta riqueza pode ser distribuída pelo nosso território“, acrescentou.
O responsável notou que já arrancou a segunda fase de apoio à produção de hidrogénio e prevê um investimento de 83 milhões de euros. Portugal tem, neste momento, 25 contratos assinados para a produção de biometano e hidrogénio a nível nacional e um montante de 100 milhões de euros em apoios para produzir, até ao final do ano, 113 megawatts de gás renovável.
No âmbito da sua intervenção, o ministro acrescentou “quanto ao hidrogénio, o novo Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC 2030), que está em processo revisão e deverá ser apresentado até junho, a pedido da Comissão Europeia, prevê que sejam instalados 2,5 GW de eletrolise em Portugal para a produção de hidrogénio verde. Além disso, estão alocados nove mil milhões de euros em investimento em novos projetos nestes setores”.