O relatório estima para 2014 um crescimento do PIB de 0,7%, depois de uma contração de 1,6% em 2013. O fraco ritmo de crescimento é, de acordo com o Eurozone Forecast (EEF), explicado pelas dificuldades de muitas empresas, quer pelo elevado peso da dívida que ainda têm de suportar, quer pelos custos do financiamento para desenvolverem novos projetos, os segundos mais elevados da zona euro, a seguir à Grécia.
As previsões indicam ainda que o investimento privado vai continuar limitado devido aos elevados custos de financiamento e o investimento e consumos públicos continuarão a reduzir como forma de compensar os custos com juros resultantes do endividamento externo e o objetivo de redução do défice.
O relatório sublinha também que as reformas já implementadas e a redução dos salários reais estão a permitir às empresas portuguesas recuperar alguma da competitividade perdida antes da crise. Por outro lado, esta evolução torna o país mais atrativo para investidores estrangeiros, menos afetados pelas condições de financiamento internas. Estes fatores continuarão a suportar o crescimento das exportações, estimado em 4% por ano até 2017.
O EEF estima que o crescimento do PIB no período 2015-2020 será de apenas 1,2% por ano, o que não será ainda suficiente para assegurar a convergência com os outros países da região. “Com o cumprimento das metas do défice em 2014 dependente da validação da constitucionalidade de algumas das medidas previstas, e não estando ainda assegurado o regresso pleno aos mercados financeiros antes do final do período de assistência, poderá haver a necessidade de recurso às linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade”, refere o relatório da EY.