A Agência Internacional de Energia (AIE) revelou, através do seu anual “Tracking Clean Energy Progress”, que apenas os veículos elétricos e a iluminação (de 55 componentes do sistema de energia analisadas) se desenvolveram a um ritmo suficiente em 2021 no caminho das exigências previstas para 2030, de modo a atingir a neutralidade carbónica em 2050.
Apesar da boa posição dos veículos elétricos, o setor dos transportes “precisa de enfrentar uma grande transformação, incluindo melhorar vastamente a eficiência e as mudanças de petróleo para a eletricidade e combustíveis de baixo carbono”, nota o relatório. As componentes são analisadas através do método semáforo, com o verde a indicar que esta está em linha com a neutralidade, o amarelo a indicar que a tendência é positiva e o vermelho a indicar que as tendências são negativas ou substancialmente insuficientes. Os transportes no geral estão no vermelho, acompanhados (em específico), pelos camiões e autocarros, aviação e transporte internacional. A ferrovia e os carros e as carrinhas estão no patamar amarelo.
Análise dos transportes, em detalhe
De acordo com os dados da AIE, a retoma das atividades relacionadas com os transportes levou a uma subida das emissões de CO2 derivadas do setor em 8%, face a 2020. As emissões do setor subiram anualmente uma média de quase 1,7% entre 1990 e 2021, “mais rápido do que qualquer outro sector de utilização final”.
“Para entrar em linha com as Emissões Zero Líquidas até 2050, as emissões de CO2 do setor devem diminuir cerca de 3% ao ano até 2030. Serão necessários regulamentos e incentivos fiscais rigorosos, bem como investimentos consideráveis em infraestruturas que permitam operações de veículos com emissões zero e de baixo carbono para alcançar estas reduções de emissões”, defende a agência.
Panorama geral rumo à neutralidade carbónica
Num panorama mais geral, dos 55 componentes analisados, a maioria (30) encontra-se no semáforo amarelo. Já 23 “não estava, no caminho certo”. As áreas mais atrasadas incluem a melhoria da eficiência energética dos desenhos de edifícios, o desenvolvimento de aquecimento urbano limpo e eficiente, a eliminação progressiva da produção de energia a carvão, a eliminação da queima de metano, a mudança para combustíveis mais limpos por parte da aviação e do transporte internacional, entre outros.
“Há mais sinais do que nunca de que a nova economia global de energia está a avançar fortemente”, disse, citado em comunicado, o diretor executivo da AIE, Fatih Birol. “Isto reafirma a minha convicção de que a crise energética global de hoje pode ser um ponto de viragem para um sistema energético mais limpo, mais acessível e mais seguro. Mas esta nova análise da AIE mostra a necessidade de esforços maiores e sustentados através de uma série de tecnologias e setores para garantir que o mundo possa cumprir os seus objetivos energéticos e climáticos”, acrescentou.
A análise aponta para que 2022 seja um ano recorde para o aumento da capacidade de eletricidade renovável, com um aumento de cerca de 340 gigawatts, aproximadamente igual a toda a capacidade de energia instalada do Japão. A China é responsável por cerca de metade desses acréscimos.
Neste ano deverá também ser alcançado mais um máximo para as vendas de veículos elétricos, elevando-os para 13% das vendas totais de veículos ligeiros a nível global.
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