A iniciativa Circular Cities Declaration (CCD), promovida pela ICLEI Europe e que pretende acelerar a promoção da economia circular na Europa, revelou, no seu último relatório, oito tendências que se verificam a nível europeu a este nível:
- Aposta em iniciativas circulares ao nível europeu para apoiar as cidades;
- Adoção pelas cidades de estratégias circulares e roadmaps;
- Investimento em infraestrutura circular para fechar os circuitos de produção e logísticos;
- Utilização de contratos públicos para reduzir a pegada ambiental e permitir a economia circular;
- Criação de programas municipais de inovação e realização de projetos de inovação;
- Sensibilização e capacitação dos cidadãos para uma cultura de partilha;
- Pressão por mais circularidade na construção;
- Aposta em sistemas alimentares locais mais regenerativos.
Entre os exemplos destacados está o caso de Torres Vedras, que através de contratos públicos está a investir em refeições escolares sustentáveis.
Para identificar as tendências, a CCD analisou 40 relatórios submetidos pelos signatários da declaração, que cobrem atividades promovidas entre 2021 e 2022. Metade das cidades já possui estratégias de economia circular em prática ou desenvolvimento.
Apesar do progresso alcançado, foram destacadas quatro barreiras atuais para a economia circular:
- Ultrapassar limitações de capacidade e recursos;
- Assegurar apoio político e quebrar bolhas;
- Medir a circularidade: desde a recolha de dados à monitorização dos enquadramentos legais;
- Mudar o paradigma: Pensar circular num sistema linear.
A CCD destaca que “os progressos no sentido de tornar as cidades circulares não são tão rápidos como poderiam ser devido à falta de competências e conhecimento. Além disso, a falta de opções de financiamento está a travar o ritmo da transição para uma economia circular. O setor privado e os governos nacionais devem ajudar a desbloquear novas oportunidades”.
O vice-presidente da cidade do Porto – uma das signatárias da declaração – , Filipe Araujo, nota que “mudar de uma economia linear para uma economia circular é essencial se quisermos alcançar a descarbonização e permanecer dentro dos limites planetários. Representa nada menos do que uma mudança de paradigma, pois fechar e encurtar loops de materiais significa adotar formas completamente novas de produzir e consumir”.
Por sua vez, o coordenador para a economia circular na ICLEI Europe, Simon Clement, nota que “a CDD pretende ter 150 signatários até 2025. Tal daria um novo impulso à economia circular na Europa e enviaria um sinal claro de que existe uma alternativa viável à economia linear”.
Em Portugal, Águeda, Albergaria-a-Velha, Braga, Évora, Guimarães, Loures, Mangualde, Mealhada, Melgaço, Porto, Torres Vedras e Valongo já assinaram a declaração.